domingo, 13 de setembro de 2015

Os Paralamas do Sucesso

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Apesar dos Paralamas serem considerados parte da "Turma de Brasília", por terem vivido e criado amizade com as bandas locais, é uma banda formada no Rio de Janeiro. Herbert Lemos de Souza Vianna e Felipe de Nóbrega Ribeiro se conheceram crianças em Brasília, por serem vizinhos (o pai de Herbert era militar, e o de Bi, diplomata). Em 1977, Herbert foi para o rio fazer o colégio militar, e reencontrou Bi. Os dois resolveram formar uma banda, Herbert com sua guitarra Gibson e Bi um baixo comprado em uma viagem na Inglaterra. Aos dois depois se juntaria o baterista Vital. O grupo se separou em 1979 para fazerem o vestibular, e em 1981 se reuniram.
O grupo ensaiava em um sítio em Mendes, interior fluminense, e na casa da avó de Bi, em Copacabana, Zona Sul do Rio de Janeiro. Esses ensaios lhe renderam a música "Vovó Ondina é Gente Fina". O repertório não era sério (com canções como "Pingüins já não os vejo pois não está na estação", "Mandingas de Amor" e "Reis do 49"), e tentaram criar um nome no mesmo estilo, a primeira sugestão sendo "As Cadeirinhas da Vovó". O nome "Paralamas do Sucesso" foi invenção de Bi, e adotado porque todos acharam engraçado. Inicialmente o grupo tinha dois cantores (Herbert só tocava), Ronel e Naldo, que saíram em 1982.
Em 1982, Vital faltou a uma apresentação na Universidade Rural do Rio e foi substituído por João Alberto Barone Reis e Silva, que assumiu de vez o lugar na banda. 
Eram idos de 1983. A cena do novo rock brasileiro começava a florescer, puxada pelo humor escrachado da Blitz e da Gang 90. Uma geração nascida já na ditadura militar começava a compor suas músicas e a transformar em arte o desejo de um novo país, que já se espalhava de uma forma irreversível por todas as camadas da sociedade. Se tocar na abertura do show de Lulu Santos no Circo Voador era o maior sonho de um trio de jovens músicos, gravar um LP por uma das maiores empresas de música do mundo, haveria de ser o quê?
Foi com essa empolgação que Os Paralamas do Sucesso entraram pela primeira vez em um estúdio. Impulsionados por uma série de shows para os amigos (e amigos-dos-amigos) nos pequenos palcos que se multiplicavam pelo Rio de Janeiro e pelo sucesso da demo de “Vital e Sua Moto” na Rádio Fluminense, eles encaravam sem muita responsabilidade a desconfiança que a linha-nobre da MPB tinha sobre aqueles jovens. Afinal, era uma geração que desprezava metáforas, tocava com guitarras na frente e pouco se importava em respeitar a suposta tradição da música brasileira. "Qual é seu guarda, que papo careta?", Era esse o lema de quem só estava tirando chinfra. Era hora de mudar as coisas.
O tesão adolescente transbordava nas letras e nas bases das músicas. O riff de “Vital e Sua Moto” se espalhou pelo país. Convencidos de que a sobrevivência do rock no país dependia do sucesso de outros grupos, eles aproveitaram a chance que tiveram para jogar luzes sobre o máximo de bandas possíveis, seja fazendo covers nos shows ou as citando em suas entrevistas. E eles estavam certos. A gravação de “Química”, por exemplo, serviu de estopim para que a EMI contratasse também o grupo de Renato Russo. Depois disso Brasília nunca mais foi a mesma. Depois disso, o rock brasileiro não foi mais o mesmo. Depois disso, é história.

1983 - Cinema Mudo
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01 Vital e sua moto (Herbert Vianna)
02 Foi o mordomo (Herbert Vianna)
03 Cinema mudo (Herbert Vianna)
04 Patrulha noturna (Herbert Vianna)
05 Shopstake (Bi Ribeiro - Herbert Vianna)
06 Vovó Ondina é gente fina (Herbert Vianna)
07 O que eu não disse (João Barone - Renato Russo - Herbert Vianna)
08 Química (Renato Russo)
09 Encruzilhada (Herbert Vianna)
10 Volúpia (Herbert Vianna)

Assim como foram uma das primeiras bandas a gravar um LP, Os Paralamas vinham na comissão de frente dos que enfrentariam a síndrome do segundo disco. Para muitos o rock era só mais uma moda de verão e, com isso, aquele se tornava um momento crucial. A curva ainda era ascendente, as gravadoras investiam, a TV começava a descobrir o potencial de um novo boom da cultura jovem e muitas bandas estavam por estrear. Um descuido de quem estava a frente poderia ser fatal para os que vinham atrás.
Eis que então a banda chega trazendo a mão uma fileira de hits empacotada sob o nome de “O passo do Lui”. O lado A era “só”: Óculos, Meu erro, Fui eu, Romance ideal e Ska. Era só virar o disco pra continuar com Mensagem de amor, Me liga, Assaltaram a gramática, Menino e menina e O passo do Lui. Das dez, pelo menos sete tocaram em rádio e viraram hits memoráveis. Pra completar, logo depois veio o tal do show no Rock’n Rio…
O trio menos falado no início do festival saiu de lá aclamado como o melhor show brasileiro e a maior revelação. Do dia pra noite, passaram a ser reconhecidos nacionalmente e a tocar em todos os cantos do país. A brincadeira na casa da vovó Ondina definitivamente tinha virado coisa séria. Enquanto corriam o país de norte a sul pela primeira vez, o país via um civil ser eleito presidente depois de mais de duas décadas, e a esperança no futuro alimentava a todos. Depois de tanta estrada, o olhar daqueles três caras sobre o país também nunca mais seria o mesmo.

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01 Óculos (Herbert Vianna)
02 Meu erro (Herbert Vianna)
03 Fui eu (Herbert Vianna)
04 Romance ideal (Martim Cardoso - Herbert Vianna)
05 Ska (Herbert Vianna)
06 Mensagem de amor (Herbert Vianna)
07 Me liga (Herbert Vianna)
08 Assaltaram a gramática (Lulu Santos - Waly Salomão)
09 Menino e menina (Herbert Vianna)
10 O passo do Lui (Herbert Vianna)

A longa turnê de “O passo do Lui” revelou um novo país e uma série de novas possibilidades para Os Paralamas do Sucesso. Depois de tantos hits inspirados no rock inglês, aumentava o interesse em se criar uma linguagem brasileira para o genêro. Os ritmos africanos e caribenhos invadiam a Europa sob o rótulo de “world music” e aquilo já parecia muito mais interessante do que as fórmulas desgastadas da new wave. E quando todos pensavam que as bandas daqui já tinham explicado o que era o rock ao brasileiro, Os Paralamas resolveram confundir tudo.
De cara, o riff da introdução de Alagados anunciava algo novo. Os timbres de guitarra estavam mudando e o baixo estava ainda mais presente. Era uma ousadia sonora, visto que as referências do reggae e do dub jamaicano ainda passavam muito distantes dos padrões das rádios brasileiras. Os temas pessoais de “O passo do Lui” davam espaço para um olhar mais amplo nas letras de Herbert. Na mesma Alagados, a ponte terceiro-mundista com a Jamaica era traçada pelas semelhanças das favelas de lá, do Rio de Janeiro e de Salvador. O recado era que talvez o Brasil tivesse muito mais de Kingston do que de Londres.
O país vivia a euforia do Plano Cruzado e mais uma das muitas ilusões econômicas que marcaram a nossa década de 80. Com o tabelamento de preços, estava mais fácil comprar LPs. Somando esse quadro com a mais nova safra de hits do trio, o resultado foi outro boom de vendas, a maior da carreira do grupo até ali. O terceiro álbum bem sucedido comercialmente, a consistência na guinada musical proposta e o endosso dos nomes da MPB – Gilberto Gil virara parceiro em A Novidade – garantiam o lugar de grandes nomes da música brasileira aos Paralamas. Para muitos, “Selvagem?” é uma das obras-primas do rock brasileiro e vendeu mis e 700.000 cópias e os credenciou a tocar no cultuado Festival de Montreaux em 1987.


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01 Alagados (Bi Ribeiro - João Barone - Herbert Vianna)
02 Teerã (Bi Ribeiro - João Barone - Herbert Vianna)
03 A novidade (Bi Ribeiro - João Barone - Gilberto Gil - Herbert Vianna)
04 Melô do marinheiro (Bi Ribeiro - João Barone)
05 Marujo Dub (Bi Ribeiro - João Barone)
06 Selvagem? (Bi Ribeiro - João Barone - Herbert Vianna)
07 A dama e o vagabundo (Bi Ribeiro - Herbert Vianna)
08 There's a party (Herbert Vianna)
09 O homem (Bi Ribeiro - Herbert Vianna)
10 Você (Tim Maia)

O quarto disco do Paralamas era uma celebração à novidade que representava a própria banda, no também novo cenário brasileiro. O rock tinha tomado o país, e tomava agora a tradicional noite brasileira do festival de Montreux, na Suíça, na época uma das mais importantes festas da música internacional. Só lá era possível saber o que acontecia em boa parte do mundo e se inspirar com as cores do que os gringos começavam a chamar de world music…
O show encerrava uma bem-sucedida turnê, a de “Selvagem?”, que conciliou êxito de vendagens e de crítica. Portanto, o que se ouvia era uma fotografia sonora de uma banda feliz da vida com os rumos que a música a ela reservou. Havia espaço para cantar Jorge Ben, para citar João Bosco e Titãs, e ainda enfileirar clássicos instantâneos como Óculos, Ska e Meu Erro.
Além da alegria pelo bom momento, a viagem à Europa – a primeira da banda ao continente – foi precedida por uma temporada de ensaios e imersão no sítio de Bi, em Mendes, no interior do estado do Rio. Foi também a estréia do tecladista João Fera na discografia paralâmica, onde continua até hoje.


Os Paralamas também fizeram turnê pela América do Sul, ganhando popularidade em Argentina, Uruguai, Chile e Venezuela.

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01 Será que vai chover? (Herbert Vianna)
02 Alagados (Bi Ribeiro - João Barone - Herbert Vianna)
03 Ska (Herbert Vianna)
04 Óculos (Herbert Vianna)
05 O homem (Bi Ribeiro - Herbert Vianna)
06 Selvagem? (Bi Ribeiro - João Barone - Herbert Vianna)
07 Charles, anjo 45 (Jorge Ben)
08 A novidade (Bi Ribeiro - João Barone - Gilberto Gil - Herbert Vianna)
09 Meu erro (Herbert Vianna)
10 Será que vai chover? (Versão Estúdio) (Herbert Viana)


O primeiro impacto de Bora Bora era a capa super colorida. O segundo eram os metais que abriam o disco. Mas logo vinha a frase que desafiava os sentidos: “no beco escuro explode a violência”. Escuro? Violência? O disco não prometia alegria? Assim como em um drible de Garrincha, o quarto álbum de estúdio do Paralamas fazia que ia para um lado e jogava a bola para o outro o tempo inteiro. Era fossa ou era festa?
Uma boa análise para o disco podia ser a de que se tratava de uma continuação de “Selvagem?”, até mais radical no namoro com sons afro-caribenhos. Era uma análise correta. Agora, não era possível falar de “Bora Bora” sem levar em consideração a separação de Herbert de Paula Toller. Esse episódio jogava boa parte do disco, notadamente a segunda metade (o lado b do lp), para as pontas mais remotas do coração, onde a dor dóia mais.
“Bora Bora”, portanto, foi um disco definitivo em alguns sentidos. Herbert nunca mais largou o apreço pelas canções de amor, os Paralamas nunca mais largaram o naipe de metais, e a dupla jamaicana Sly & Robbie nunca mais deixou de ser a principal influência para a cozinha de Bi e Barone. Estava tudo lá, pronto para embalar a dança.

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01 O beco (Bi Ribeiro - Herbert Vianna)
02 Bunda lê lê (Bi Ribeiro - João Barone - Herbert Vianna)
03 Bora-Bora (Herbert Vianna)
04 Sanfona (Bi Ribeiro - Herbert Vianna)
05 Um a um (Edgar Ferreira)
06 Fingido (Herbert Vianna) 
07 Don’t give me that (Bi Ribeiro - Peter Clarke - Herbert Vianna)
08 Uns dias (Herbert Vianna)
09 Quase um segundo (Herbert Vianna)
10 Dois elefantes (Herbert Vianna)
11 Três (Herbert Vianna)
12 Impressão (Bi Ribeiro - João Barone - Herbert Vianna)
13 O fundo do coração (Herbert Vianna)
14 The can (Bi Ribeiro - Peter Clarke - Herbert Vianna)


O som de uma explosão pode ter vários significados, e neste disco o principal deles talvez seja a consolidação de um Paralamas não mais de três, mas de sete cabeças. Um bicho com a guitarra afiada e uma cozinha neguinha até a última ponta (esteja a ponta no gueto de mundo em que estiver), e também com um teclado detonador e o naipe de metais que ficou consagrado como o mais sincronizado do Brasil.
O Brasil de 89, aliás, era um país que não sabia mais votar para presidente, que não via no horizonte um fim para a hiperinflação, e que tinha acabado de por fim à censura. Aaaargh! Por que não uma bomba como solução? As letras provocativas de Herbert estavam longe de qualquer rabugice: muito mais uma ode à malandragem de quem sobrevive e tira onda, de quem resiste na boa. Daí o groove quente-pelando de baixo incansável e bateria toda quebrada, com as levadas de um teclado nervoso e solos precisos de sax-trompete-trombone. Suor de verão escorria, mesmo quando era hora de balada, ora mais bossa, ora mais jazz – afinal, a lição da fossa tinha sido bem aprendida em “Bora Bora”.
Nada previsível, nem nada inatingível. O hit Lanterna dos Afogados até hoje merece interpretações, e a audição dentro do disco inteiro só amplia as possibilidades. Como disse o então titã Arnaldo Antunes no release da época: “o pé que dança decodifica melhor o recado”.

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01 Perplexo (Bi Ribeiro - João Barone - Herbert Vianna)
02 Dos restos (Liminha - Herbert Vianna)
03 Pólvora (Herbert Vianna)
04 Nebulosa do amor (Herbert Vianna)
05 Vulcão Dub (Bi Ribeiro - João Barone - Herbert Vianna)
06 Se você me quer (Herbert Vianna)
07 Rabicho do cachorro rabugento (Bi Ribeiro - João Barone - Herbert Vianna)
08 Esqueça o que te disseram sobre o amor (Vai ser diferente) (João Barone - Herbert Vianna)
09 Lanterma dos afogados (Herbert Vianna)
10 Bang bang (Herbert Vianna)
11 Lá em algum lugar (Herbert Vianna)
12 Jubiabá (A.Robert - L.Kitchner)
13 Cachorro na feira (Bi Ribeiro - João Barone - Herbert Vianna)

Entre a ressaca nacional do Plano Collor e a ressaca pessoal cantada na faixa de abertura de “Os grãos” (Tribunal de Bar), as cores de “Bora Bora” tinham se perdido de vez. Tudo andava mais cinza e sem cor. O país duvidava de si e a empolgação dos primeiros anos democráticos se perdia após uma eleição presidencial controversa. Com as poupanças confiscadas e pouco dinheiro circulando, todas as vendagens de discos caíram no Brasil. Nesse embalo, o rock nacional – grande responsável pelas vendagens da década de 80 – entrava em xeque.
Neste disco, até certo ponto catártico, os Paralamas expurgaram alguns de seus fantasmas, jogaram muita coisa fora para tentar deixar a casa melhor assim. “Os grãos” também ficou marcado por apostar numa maior qualidade sonora, no estabelecimento de uma nova fronteira de áudio para discos brasileiros, além de abrir mais portas para a entrada de samplers e programações eletrônicas. Definitivamente, apostar em uma mudança daquelas não era a atitude mais prudente em tempos de crise, mas manter a prudência também não era exatamente uma prioridade dOs Paralamas.
A baixa vendagem e as críticas pesadas de parte da imprensa deixaram sequelas. As portas fechadas no Brasil e o sucesso da versão de Trac trac, de Fito Paez, levaram o grupo a se aproximar ainda mais da Argentina. “Os grãos” se tornou um dos discos menos ouvidos da banda e deixou faixas como relíquias, lembradas pelos fãs mais ávidos como algumas das melhores canções da banda, entre elas Vai valer, Não adianta, Ah Maria e Tendo a Lua.

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01 Tribunal de bar (Bi Ribeiro - Herbert Vianna)
02 Sábado (Herbert Vianna)
03 Tendo a lua (Herbert Vianna)
04 Os grãos (Demétrio Bezerra - Herbert Vianna)
05 Carro velho (Herbert Vianna)
06 Vai valer (Herbert Vianna)
07 Trac trac (Fito Paez)
08 O rouxinol e a rosa (Herbert Vianna)
09 A outra rota (Herbert Vianna)
10 Dai-nos (Herbert Vianna)
11 Ah, Maria (Herbert Vianna)
12 Não adianta (Herbert Vianna)
13 Trinta anos (Herbert Vianna)

Ê Batumaré é o primeiro álbum solo de Herbert Vianna lançado no ano de 1992 pela EMI.
Gravado em uma garagem sem tratamento acústico e num equipamento semi profissional (como está escrito no próprio encarte), o álbum tem como influência a música nordestina, servindo até como molde para o álbum seguinte dos Paralamas do Sucesso em 1994. Comercialmente, foi recebido com frieza e sendo considerado também como experimental. Contém sucessos como Lição de Astronomia e O Rio Severino.

1992 - Ê Batumaré (disco solo Herbert Vianna)
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01 A Nova Cruz (Herbert Vianna)
02 The scientist writes a letter (Tom Verlaine)
03 O Rio Severino (Herbert Vianna)
04 Qualquer Palavra Serve (Herbert Vianna)
05 Mobral (Herbert Vianna)
06 Lição de Astronomia (Herbert Vianna)
07 A Dureza Concreta (Herbert Vianna)
08 O Retirante Harry-Dean (Herbert Vianna)
09 Rio 92 (Herbert Vianna)
10 Impressão (Herbert Vianna - João Barone - Bi Ribeiro)
11 A Primeira Neve (Herbert Vianna)



“Severino” ficou conhecido como um dos discos mais difíceis dos Paralamas, e marcou o auge da distância entre a recepção calorosa na Argentina e a fria no Brasil. Por aqui, as músicas mal entraram na programação das rádios, as vendagens foram ainda tímidas para o status que a banda tinha conquistado, mas os shows ficaram lotados. Por lá, de cara a faixa Dos Margaritas estourou e nenhum hermano conseguiu entender onde o público brasileiro andava com a cabeça.
Herbert trouxe do primeiro disco-solo o mergulho no Brasil profundo atrás de ritmos mais rústicos. Ao mesmo tempo, o disco foi produzido na Inglaterra, com o ex-guitarrista da Roxy Music, Phil Manzanera, e teve a participação do brasileiro Chico Neves em batidas eletrônicas. Nas letras, puxou poemas de forte temática social – influência escancarada de Cabral de Mello Neto – e os misturou a baladas em português e em castelhano. Os convidados do disco foram uma boa mostra do que a banda queria amarrar no momento: o baiano Tom Zé, o fluminense Egberto Gismonti, o argentino Fito Paez, o inglês Brian May, a também inglesa Reggae Philarmonic Orchestra e o jamaicano Linton Kwesi Johnson. Entre tantas influências, estava dada mais uma guinada reforçando a personalidade da banda.
A capa merecia uma menção especial: foi a primeira da banda a explicitar a preocupação com um olhar artístico. A apropriação creditada do trabalho do artista esquizofrênico Bispo do Rosário mereceu aplausos e críticas pesadas na imprensa – o que acabou dividindo atenções com a música. A História (com agá maiúsculo) tratou de deixar claro que o som do disco tinha mesmo na obra do Bispo um perfeito espelho: ao mesmo tempo cru e sofisticado, seco, direto e abstrato.


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01 Não me estrague o dia (Bi Ribeiro - Herbert Vianna)
02 Navegar impreciso (Herbert Vianna)
03 Varal (Herbert Vianna)
04 Réquiem do pequeno (Herbert Vianna)
05 Vamo batê lata (Herbert Vianna)
06 El vampiro bajo el sol (Fito Paez - Herbert Vianna)
07 Músico (Bi Ribeiro - Tom Zé - Herbert Vianna)
08 Dos margaritas (Bi Ribeiro - Herbert Vianna)
09 O rio Severino (Herbert Vianna)
10 Cagaço (Bi Ribeiro - Herbert Vianna)
11 O amor dorme (Herbert Vianna)
12 Go back (Sergio Brito - Torquato Neto)
13 Casi un segundo (Herbert Vianna)


A década de 90 já ia pela metade, e o Paralamas ainda não tinha conseguido repetir um sucesso de vendagens igual ao dos anos 80. Em 95, o real valia tanto quanto o dólar, comprar disco estava ao alcance de quem vivia de mesada – e ainda dava pra tomar um sorvete no caminho de volta pra casa. As gravadoras investiam em bandas novas, e em projetos com bandas mais crescidinhas para reapresentá-las a um público de jovens.
“Vamo Batê Lata” foi o segundo lançamento ao vivo do Paralamas. Reuniu clássicos como Meu Erro e Lanterna dos Afogados a sucessos que não tinham atingido o potencial como Dos Margaritas e Rio Severino, e ainda versões para Tim Maia, Alceu Valença e Jackson do Pandeiro. Estavam lá o carisma de palco da banda, os improvisos de Herbert em cima das letras e os ecos de Jamaica-África-Brasil. A guitarra tinha voltado à frente do som. Mais do que o repertório, no entanto, a atração era a vibração da platéia empurrando o show para cima. A banda ia aonde o povo estava, e sem mudar rumo nenhum da prosa. Fora os prêmios, o álbum ainda chegou a vender em um dia o que o anterior tinha vendido em um ano.
No segundo disco do pacote – um EP brinde com quatro inéditas – vinha a primeira parceria do Paralamas com Carlinhos Brown e Djavan; uma aula de amor maduro que ensinou muita gente hoje nos trinta anos a saber vencer a insegurança; um rap anti-corrupção que incomodou Brasília; e um rockzinho sobre os bons momentos da vida. Clássicos da vida de uma geração que já via MTV com a mesma frequência com que ainda escutava rádio.

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01 A novidade (Bi Ribeiro - João Barone - Gilberto Gil - Herbert Vianna) 
02 Dos margaritas (Bi Ribeiro - Herbert Vianna)
03 Vamo batê lata (Herbert Vianna) 
04 Alagados (Bi Ribeiro - João Barone - Herbert Vianna)
05 Caleidoscópio (Herbert Vianna) 
06 Meu erro (Herbert Vianna)
07 Trac-trac (Fito Paez - Herbert Vianna)
08 O Rio Severino (Herbert Vianna) 
09 Lanterna dos afogados (Herbert Vianna)
10 Um a um (Edgar Ferreira) 
11 O beco (Bi Ribeiro - Herbert Vianna)
12 Romance ideal (Martim Cardoso - Herbert Vianna) 
13 Não me estrague o dia (Bi Ribeiro - Herbert Vianna) • Mus.Inc.”Sol e chuva”(Alceu Valença)

DISCO 2

01 Uma brasileira (Carlinhos Brown - Herbert Vianna)
02 Saber amar (Herbert Vianna)
03 Luiz Inácio (300 picaretas) (Herbert Vianna)
04 Esta tarde (Herbert Vianna)

Era o primeiro disco em estúdio após a experiência radical de “Severino” – que alijara a banda das rádios brasileiras – e o sucesso fulminante de “Vamo Batê Lata” – que os trouxera de volta. Somando os pedaços do que o passado recente tinha deixado, “Nove Luas” levou o grupo a uma assinatura musical definitiva. Depois de inaugurar a percepção da latinidade no rock brasileiro e voltar a estourar no momento em que uma nova geração de bandas consolidava a mistura de ritmos nacionais como o caminho inevitável, o grupo juntou tudo isso para criar uma linguagem adulta, sem perder a doçura pop.
Na época em que nasciam os primeiros filhos, vinham junto e a reboque as reflexões inevitáveis na vida de quem passa a ser pai. Entre os naipes acelerados de Loirinha bombril na abertura do disco, passando pelo coro de pastoras de samba em Outra beleza até chegar na reflexão sobre o processo de separação já na terceira idade de Na nossa casa, há um jogo constante entre as tentações e prazeres da vida adulta e a dor da inocência perdida. É nesse espaço que os Paralamas se encontravam. Da abstração lúdica de quem sonha sair para ver o céu e se perder entre as estrelas (Busca Vida) e acorda no cotidiano pálido de uma vida que insiste em servir um velho ritual que serve a tantos outros (O caminho pisado). A banda ainda ainda te convida a dar um sorriso quando entender que basta se aceitar do jeito que se é, entre limitações e desejos comuns (Seja você), e que mesmo as coisas mais sólidas podem se desmanchar no ar diante da força do acaso (Um pequeno imprevisto).
Convidando ainda uma série de artistas plásticos a dar suas leituras para o nome “Nove luas” e fazendo uma série de belos videoclipes (Loirinha Bombril, Outra beleza, La Bella Luna e Busca vida), neste álbum os Paralamas consagraram de vez sua relação com as artes visuais. E mais do que isso: pavimentaram bem o caminho e aproveitaram muito bem a chance de voltar ao topo.

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01 Lourinha Bombril (Parate y mira) (D.Blanco - Bahiano)
02 Outra beleza (Lulu Santos - Herbert Vianna)
03 La bella luna (Herbert Vianna)
04 De música ligeira (De musica ligera) (G.Cerati - Bosio)
05 Capitão de indústria (Paulo Sergio Valle - Marcos Valle)
06 O caminho pisado (Herbert Vianna)
07 Busca vida (Herbert Vianna)
08 O caroço da cabeça (Marcelo Fromer - Herbert Vianna - Nando Reis)
09 Sempre te quis (Herbert Vianna)
10 Seja você (Herbert Vianna)
11 Na nossa casa (Herbert Vianna)
12 Um pequeno imprevisto (Thedy Correia - Herbert Vianna)

1997 - Santorini Blues (disco solo Herbert Vianna)
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01 Dos Margaritas (Herbert Vianna - Bi Ribeiro)
02 Speed Racer (Herbert Vianna - Fernanda Abreu - Fábio Fonseca)
03 Round and Round (Herbert Vianna)
04 Pólvora (Herbert Vianna)
05 Tweety (Herbert Vianna)
06 Annie (Eric Clapton - Kate Lambert - Ronnie Lane)
07 Por Siete Vidas [Caceria] (Fito Paez)
08 A Palavra Certa (Herbert Vianna - Paula Toller - George Israel)
09 Uns Dias (Herbert Vianna)
10 Luca (Herbert Vianna)


A vontade de fazer um disco acústico já era tema nas internas dOs Paralamas desde 1993. Enquanto eles estavam na estrada para divulgar o álbum “Nove Luas”, os Titãs reviravam o país e as paradas de sucesso com um êxito impressionante. Isso tudo tornava a sombra do assunto permanente na mente da banda. “Hey Na Na” dá continuidade a uma série de experiências mais próximas ao formato acústico iniciadas por Herbert em “Santorini Blues”, seu segundo disco solo, lançado um ano antes.
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01 Por sempre andar (Herbert Vianna)
02 Depois da queda o coice (Herbert Vianna)
03 O trem da juventude (Herbert Vianna)
04 Brasília (Herbert Vianna)
05 O amor não sabe esperar (Herbert Vianna)
06 Ela disse adeus (Herbert Vianna)
07 Scream poetry (Bi Ribeiro - Chico Science - Herbert Vianna)
08 Viernes 3 AM (Charly Garcia - Herbert Vianna)
09 Um dia em Provença (Thedy Correa - Herbert Vianna)
10 Santorini blues (Herbert Vianna)

Foram necessários uns dois anos até que o Paralamas concluísse estar pronto para encarar um Acústico, formato que para muitos estava desgastado. Barão e Legião tinham tocado sem eletricidade para a MTV, Moraes e Gil tinham até lançado disco Unplugged e, principalmente, o Titãs.Nesses dois anos, a banda ensaiou, experimentou músicas em apresentações menores e praticamente surpresa, e caprichou no visual. O clima do “Acústico Paralamas” era de baile, quente, com salsa, funk, e mesmo as baladas (elas não podiam deixar de estar lá) tinham momentos de pegada mais forte, de andamento mais acelerado. Os metais eram fundamentais. O legionário Dado Villa-Lobos acompanhava a banda o tempo todo, e Zizi Possi era a única convidada, na hora de reinventar a Meu Erro que ninguém podia imaginar diferente. Mas, prestando atenção, dava pra perceber presenças ilustres de espíritos como os de Chico Science, Tim Maia, James Brown, Beto Guedes e Renato Russo.
O repertório, aliás, foi uma das maiores preocupações para o disco. A idéia nunca foi ter uma nova compilação de sucessos, daí a escolha por composições do Herbert gravadas fora do Paralamas, ou músicas que tivessem passado batidas pelos discos de carreira da banda. Mais do que uma chance de repetir, a opção foi a oportunidade de redescobrir.

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01 Vulcão dub (Bi Ribeiro - João Barone - Herbert Vianna)
• Fui eu (Herbert Vianna)
02 O trem da juventude (Herbert Vianna)
03 Manguetown (Lucio Maia - Dengue - Chico Science)
04 Um amor, um lugar (Herbert Vianna)
05 Bora-Bora (Herbert Vianna)
06 Vai valer (Herbert Vianna)
07 I feel good (James Brown)
• Sossego (Tim Maia)
08 Uns dias (Herbert Vianna)
09 Sincero breu (Sidan Silv - Mário Moura - C.A. - Pedro Luiz - Celso Alvim)
10 Meu erro (Herbert Vianna)

11 Selvagem (Bi Ribeiro - João Barone - Herbert Vianna)
12 Brasília (Herbert Vianna)
13 Tendo a lua (Tetê Tillett - Herbert Vianna)
14 Que país é este (Renato Russo)
15 Navegar impreciso (Herbert Vianna)
16 Feira moderna (Beto Guedes - Lô Borges - Fernando Brant)
17 Lourinha Bombril (Parate y mira) (D.Blanco - Bahiano)
18 Vamo batê lata (Herbert Vianna)
19 Life during wartime (David Byrne)
20 Nebulosa do amor (Herbert Vianna)
21 Caleidoscópio (Herbert Vianna)

Em 2000, após a longa turnê do Acústico MTV, Herbert lança seu terceiro disco, O Som do Sim, cheio e participações especiais, como  Cássia Eller, Fernanda Abreu, Nana Caymmi, Sandra de Sá e Marcos Valle.

2000 - O Som do Sim (disco solo Herbert Vianna)
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01 O Muro (Herbert Vianna - Black Alien)
02 História de uma Bala (Herbert Vianna)
03 Vamos Viver (Herbert Vianna)
04 Partir, andar (Herbert Vianna)
05 Mr. Scarecrow (Herbert Vianna)
06 Hoje Canções (Herbert Vianna - Paulo Sérgio Valle)
07 A Mais (Herbert Vianna - Pedro Luís)
08 In Between Days (Robert Smith)
09 Eu não sei Nada (Herbert Vianna)
10 Um Truque (Herbert Vianna)
11 Une Chanson Triste (Herbert Vianna)


Se a prioridade após o acidente em janeiro de 2001 era o reestabelecimento das condições de saúde de Herbert, a força dele fez com que em menos de um ano a banda já pensasse em um novo álbum. Dizia-se que a música vinha ajudando o vocalista a reestabelecer as conexões com o passado, que vinha sendo parte fundamental do tratamento. Mas e aí? Restaria alguma relevância num novo trabalho dos caras? Teria sido melhor parar?
Bem, pra responder a essas perguntas Herbert precisou de apenas um verso e um riff de guitarra repetidos, em 35 segundos. Era O calibre. Como se não houvesse amanhã (nem ontem) ele surgia cantando “Eu vivo sem saber até quando ainda estou vivo/ sem saber o calibre do perigo/ eu não sei da onde vem o tiro” seguido por uma guitarra de dar orgulho em Jimmy Page, acabavam com qualquer sombra de dúvidas. Os caras tinham voltado.
O álbum se chamava “Longo caminho”. Todos os significados que essa expressão possa tomar dispensam explicações sobre sua escolha. A estrada havia sido longa e ainda haveria de ser. As fotos da contracapa mostram a banda no meio da estrada, nem no início, nem no fim. A vida se renovava e um novo ciclo se iniciava. Herbert reaprendia a se relacionar com as distorções. Os pedais de efeitos de sua guitarra davam lugar a programações disparadas manualmente. Bi e Barone vinham com uma sede assustadora e o resultado era denso. Muitas músicas apresentavam só o trio tocando como no início da carreira. De certa forma, “Longo caminho” era realmente um recomeço. As músicas que já estavam compostas antes do acidente foram completadas por uma versão de Paul Weller (Running on the spot), que eles gostavam de tocar quando se juntavam nas sessões de recuperação de Herbert. As letras em inglês (Hinchley Pond) e em espanhol (La estación) somadas às baladas-hits (Cuide bem do seu amor, Seguindo estrelas) entravam na mistura que sentenciava que os caras estavam realmente de volta e ia ser ruim de segurar.

2002 - Longo Caminho
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01 O calibre (Herbert Vianna)
02 Seguindo estrelas (Herbert Vianna)
03 Longo caminho (Herbert Vianna)
04 Soldado da paz (Herbert Vianna)
05 Cuide bem do seu amor (Herbert Vianna)
06 Amor em vão (Tudo passará) (Herbert Vianna)
07 Flores no deserto (Herbert Vianna)
08 Running on the spot (Paul Weller)
09 Flores e espinhos (Herbert Vianna)
10 La estación (Herbert Vianna)
11 Hinchley Pond (Herbert Vianna)

Os Paralamas sempre foram uma banda de palco. Lá sempre foi o terreno sagrado do trio. Mesmo depois dos primeiros sinais de recuperação de Herbert, vê-lo com sua turma no palco ainda parecia um sonho distante e até pouco importante diante do milagre que já dava sinais de estar acontecendo. Depois da apresentação surpresa durante um show do Reggae B no Ballroom, no Rio de Janeiro, e de uma apresentação para fãs gravada nos estúdios da Rede Globo, no Projac, e transmitida no programa Fantástico, o país que tanto se solidarizara com o drama de 2001, recebia de volta aquela pressão sonora e aqueles sorrisos já conhecidos.
A intimidade com que os fãs sempre lidaram com a banda se transformava em afeição extrema em todas cidades que voltavam a recebê-los. A carga de carinho e comoção desmedida se tornava frequente. Conforme a turnê avançava pelo país, tornava-se imprescindível registrá-la e assim foi feito. No dia 14 de novembro de 2003, no Olympia, em São Paulo, uma grande festa foi preparada para servir de lembrança daqueles dias. “Uns Dias Ao Vivo” teve a participação de diversos amigos e parceiros. Só no palco foram nove: Frejat, Edgard Scandurra, Andreas Kisser, Paulo Miklos, Nando Reis, George Israel, Djavan, Black Alien e Dado Villa-Lobos. Herbert abriu a noite resumindo o espírito que guiaria aquele registro: “Pra gente é uma alegria sobrenatural a coisa de ter uma relação tão forte, de irmãos, e ter já um pouco mais de vinte anos nos corações de vocês. Muito obrigado por toda essa força!”
Os registros viraram CD duplo e DVD. No CD 1, o repertório mesclava os grandes sucessos com as músicas que mais se destacaram em “Longo Caminho”. No CD 2 era só festa, só hits enfileirados e passando por toda carreira. E mais sorrisos, sorrisos, sorrisos… A amizade, a volta e a vida estavam devidamente celebradas!

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DISCO 1

01 O Calibre (Herbert Viana)
02 Running On The Spot (Paul Weller)
03 Trac Trac (Fito Paez)
04 Mensagem de Amor (Herbert Viana)
05 Selvagem (Herbert Viana - Bi Ribeiro - João Barone)
06 Soldado da Paz (Herbert Viana)
07 Que País é Este? (Renato Russo)
08 Seguindo Estrelas (Herbert Viana)
09 Meu Erro (Herbert Viana)
10 Cuide Bem do Seu Amor (Herbert Viana)
11 Longo Caminho (Herbert Viana)
12 Tendo a Lua (Herbert Viana - Tetê Tillet)
13 Será Que Vai Chover (Herbert Viana) - Assaltaram a Gramática (Lulu Santos - Waly Salomão) - O Filho Pródigo (Black Alien)


DISCO 2

01 Dos Margaritas (Herbert Viana - Bi ribeiro)
02 Depois da queda o Coice (Herbert Viana)
03 Ska (Herbert Viana)
04 La Bella Luna (Herbert Viana)
05 Uns Dias (Herbert Viana)
06 Caleidoscópio (Herbert Viana)
07 Ela disse Adeus (Herbert Viana)
08 Lanterna dos Afogados (Herbert Viana)
09 Uma Brasileira (Herbert Viana - Carlinhos Brown)
10 O Beco (Herbert Viana - Bi Ribeiro)
11 Alagados (Herbert Viana - Bi Ribeiro - João Barone)
12 Lourinha Bombril (Diego Blanco - Baiano)
13 Mensagem de Amor (Herbert Viana)


Em 2005, os Paralamas lançam Hoje, o primeiro com músicas totalmente inéditas. A recepção foi boa e músicas como "2A", "Na Pista" e "De Perto" fizeram sucesso, embora não tenham sido grandes hits. Embora o disco voltasse a trazer um som mais solar, com a volta do uso de metais, não esquecia a parte pesada que havia sido abordada em Longo Caminho, em canções como "220 Desencapado", "Ponto de Vista" - que contou com o auxílio de Andreas Kisser, guitarrista do Sepultura - e "Fora de Lugar". Ainda havia uma regravação de "Deus lhe Pague", de Chico Buarque, escolhida numa votação no site oficial da banda.
A urgência de afirmar que o acidente de ultraleve não ia impedir o Paralamas de continuar na estrada conduziu este disco tão indispensável ao fã. Foram as primeiras composições de Herbert na cadeira de rodas, e elas mantiveram a pegada de gerar da mesma concepção baladas, rocks e músicas de gueto. Velada ou explicitamente, a saudade de Lucy estava presente o tempo todo no som.
Se a banda sempre foi considerada uma grande turma, entrosada e unida, "Hoje" foi o álbum onde Herbert mais expôs a cumplicidade que o Paralamas tem com o público, com o fã. As letras eram de uma intimidade que só podia ser comparada à de "Bora Bora" – o peito estava aberto à espera de força, de impulso.
Outro desafio do disco era se abrir ao mundo em que a internet já ditava o ritmo da música. Se a necessidade de estar produzindo e de volta ao jogo precisava estar gritada no título, na capa, e no sangue do olhar, chegar aos ouvidos das caixinhas de som do computador era imprescindível. Uma das faixas-bônus do disco é um remix, e outra foi escolhida pelo público no site da banda.
No início de 2006, foi lançado o DVD Hoje Ao Vivo, contendo um show da banda (feito sem platéia, no Pólo de Cinema e Vídeo, no Rio de Janeiro), com as músicas do disco, além de duas versões para "O Muro", música que Herbert gravara em O Som do Sim, disco solo de 2000, e Busca Vida.
Ainda em 2006, é lançado documentário sobre Herbert Vianna, Herbert Bem de Perto. A direção é de Roberto Berliner, que também dirigiu o DVD.

2005 - Hoje
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01 2 A (Herbert Vianna)
02 Pétalas (Herbert Vianna - Bi Ribeiro - João Barone - Nando Reis)
03 Na Pista (Herbert Vianna)
04 Soledad Cidadão (Herbert Vianna - Pedro Luis) 
05 Passo Lento (Herbert Vianna - Bi Ribeiro - João Barone)
06 De Perto (Herbert Vianna) 
07 Ao Acaso (Herbert Vianna - Bi Ribeiro - João Barone) 
08 Hoje (Herbert Vianna - Bi Ribeiro - João Barone)
09 Fora do Lugar (Herbert Vianna - Bi Ribeiro - João Barone)
10 220 Desencapado (Herbert Vianna - Bi Ribeiro - João Barone)
11 Ponto de Vista (Herbert Vianna) 
12 Deus Lhe Pague (Chico Buarque)
13 Ao Acaso Dub (Herbert Vianna - Bi Ribeiro - João Barone)


Fazer 25 anos no rock brasileiro não é para qualquer um. Quem além do Paralamas tem esse privilégio? Exatamente. Era uma data que não podia passar batida, e os irmãos Paralamas e Titãs se juntaram à mesa para dividir a conta e multiplicar os amigos. O plano de Herbert, Bi e Barone era gravar um disco que já ia bem encaminhado (que viria a ser um ano depois o “Brasil Afora”), mas a turnê foi se espalhando além do planejado, e gravar a festa da reunião se tornou mais do que natural. Não se podia frustrar a expectativa de tanta gente, afinal.
Como em toda boa festa, coube mais e mais gente. Além dos oito das duas bandas somadas – o que inclui duas baterias simultâneas e coordenadas – subiram ao palco Samuel Rosa, Arnaldo Antunes e Andréas Kisser. O que se ouve enfileirado é a história daqueles caras e um pouco mais: a história da juventude brasileira sempre renovada desde que a ditadura militar começou a perder força, lá no começo dos anos 80.
Cada clássico recriado pelos oito (são dezenove faixas, sendo duas de músicas emendadas) é uma fotografia carregada de memórias, ensinamentos, planos, gritos, lágrimas, danças, encontros, desencontros, altos, baixos, conversas, sonhos. Uma festa daquelas.

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01 Diversão (Sergio Britto - Nando Reis)
02 O Calibre (Herbert Vianna)
03 Marvin (Ronald Dunbar, General N. Johnson - vrs: Sergio Britto - Nando Reis)
04 Selvagem (Herbert Vianna - Joao Barone - Bi Ribeiro) - Policia (Toni Bellotto)
05 Uma Brasileira (Herbert Vianna - Carlinhos Brown)
06 A Novidade (Paralamas - Gilberto Gil)
07 Homem Primata (Sergio Britto - Nando Reis - Marcelo Fromer - Ciro Pessoa)
08 Loirinha Bombril (D.Blanco - Bahiano)
09 Cabeça Dinossauro (Paulo Miklos - Branco Mello - Arnaldo Antunes)
10 A Melhor Banda de Todos os Tempos da Última Semana (Sergio Britto - Branco Mello)
11 O Beco (Herbet Vianna - Bi Ribeiro)
12 Trac-Trac (Fito Paez - vrs: Herbet Vianna)
13 Go Back (Torquato Neto - Sergio Britto)
14 Comida (Marcelo Fromer - Sergio Britto - Arnaldo Antunes)
15 Lugar Nenhum (Arnaldo Antunes - Charles Gavin - Marcelo Fromer - Sergio Britto - Toni Bellotto)
16 Óculos (Herbert Vianna)
17 Sonífera Ilha (Branco Mello - Marcelo Fromer - Toni Bellotto - Carlos Barmak, Ciro Pessoa) - Ska (Herbert Vianna)
18 Meu Erro (Herbert Vianna)
19 Flores (Charles Gavin - Toni Bellotto - Paulo Miklos - Sergio Britto)


O disco começa com um naipe de metais de skazinho e termina com uma guitarra distorcida. Mais do que uma viagem pelo Brasil, como indica a música que batiza o álbum, é uma jornada pelo melhor e o melhor dos Paralamas.Se for olhar nas composições, tem o Herbert sozinho, tem ele com parceiros, tem versão dele pro amigo argentino (Fito Paez), e tem músicas só de parceiros. Se for olhar nos arranjos, tem os Paralamas purinhos: só o trio. Mas tem também música levada no teclado de João Fera, climas criados em percussão árabe, a famosa sessão de metais em brasa e um convidado aqui e outro ali. Além disso, tem rock clássico, rock de garagem, tem ritmos brasileiros, tem cheiro de Jamaica e uma ou outra baladinha.
Portanto, “Brasil Afora” é uma revisão na carreira sem essa intenção. É a prova de que a estrada é a melhor escola, a melhor farmácia, e o melhor jeito de apontar para um futuro com tantas possibilidades quanto permite o repertório sereno e sem afobação do Paralamas. A identidade da banda é aquela mesma de grandes discos como “Passo do Lui”, “Selvagem?”, “Severino” ou “Hey Na Na”, com a confiança tranqüila de quem sabe o papel que tem na música brasileira.

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01 Meu Sonho (Herbert Vianna)
02 Sem Mais Adeus (Carlinhos Brown - Alain Tavares)
03 A Lhe Esperar (Arnaldo Antunes - Lirinha)
04 El Amor (Fito Paez - vrs: Herbert Vianna)
05 Quanto Tempo (Carlinhos Brown - Michael Sullivan)
06 Aposte em Mim (Os Paralamas do Sucesso)
07 Mormaço (Os Paralamas do Sucesso)
08 Taubaté ou Santos (Os Paralamas do Sucesso)
09 Brasil Afora (Os Paralamas do Sucesso)
10 Tempero Zen (Herbert Vianna)
11 Tão Bela (Os Paralamas do Sucesso)

O nome do disco de estúdio já dava a pista: os Paralamas são de estrada. Sempre foi nos shows que a banda respirou, inspirou, se alimentou e nutriu os fãs. A parceria com casas cheias ou parques lotados, no interior ou na capital, naturalmente mereceria entrar no álbum de registros dos quase trinta anos Brasil afora. Brasil Afora. Não foi surpresa, nem foi pouca a expectativa: a turnê virou CD e DVD Ao Vivo.Ser simples e direto ao ponto era a difícil proposta a que os Paralamas se propuseram. E ninguém pode dizer que o objetivo não tá lá em cada parada do caminho. Da introdução que ganha a euforia do público enquanto Herbert não avisa que “alright”, tudo certo como sempre esteve, com um “céu bonito lilás”, até o encerramento com referência ao início de tudo (Vital e Sua Moto no DVD ou Óculos no disco): a viagem é longa.
Ainda bem. Não sei se já foi dito aqui, mas é ao vivo que o negócio pega fogo. E o baile tem, de carona na boleia do caminhão, um Zé Ramalho sorridente e uma Pitty linda como a noite. Sem contar com o já histórico João Fera, dando as coordenadas do percurso agora também no violão, e a dupla ronco-de-motor Monteiro Jr e Bidu Cordeiro soprando forte.
É simples como andar pra frente. Viajar é sair de casa e voltar mais completo. São só os Paralamas, mas eu gosto.

2011 - Brasil Afora Ao Vivo
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01 Intro - Sem Mais Adeus (Carlinhos Brown - Alain Tavares)
02 Pólvora (Herbert Vianna)
03 O Beco (Herbert Vianna - Bi Ribeiro)
04 Cuide bem do seu Amor (Herbert Vianna)
05 Romance Ideal (Herbert Vianna - Martin Cardoso)
06 Tendo a Lua (Herbert Vianna)
07 Meu Sonho (Herbert Vianna)
08 A Lhe Esperar (Arnaldo Antunes - Lirinha)
09 Mormaço (Herbert Vianna - Bi Ribeiro - João Barone)
10 O Rio Severino (Herbert Vianna)
11 Caleidoscópio (Herbert Vianna)
12 Uns Dias (Herbert Vianna)
13 A Novidade (Herbert Vianna - Bi Ribeiro - João Barone - Gilberto Gil)
14 Quanto Tempo (Carlinhos Brown - Michael Sullivan)
15 Uma Brasileira (Herbert Vianna - Carlinhos Brown)
16 Óculos (Herbert Vianna)

Em 2012, Herbert lança seu quarto álbum solo: Victória.

2012 - Victória (disco solo Herbet Vianna)
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01 Só Pra Te Mostrar (Herbert Vianna)
02 Pense Bem (Herbert Vianna)
03 Junto Ao Mar (Herbert Vianna)
04 Eu Não Sei Nada de Você (Herbert Vianna)
05 A Lua Que Eu Te Dei (Herbert Vianna)
06 Noites de Sol, Dias de Lua (Herbert Vianna)
07 Mulher Sem Nome (Herbert Vianna)
08 Pra Terminar (Herbert Vianna)
09 Penso em Você (Herbert Vianna)
10 Une Chanson Triste (Herbert Vianna)
11 Quando Você Não Está Aqui (Herbert Vianna - Paulo Sérgio Valle)
12 Canção Para Quando Você Chegar (Herbert Vianna - Leoni)
13 Vem Pra Mim (Herbert Vianna)
14 Nada Por Mim (Herbert Vianna - Paula Toller)
15 Se Eu Não Te Amasse Tanto Assim (Herbert Vianna - Paulo Sérgio Valle)
16 Um Amor, Um Lugar (Herbert Vianna)
17 Só Sei Amar Assim (Herbert Vianna)
18 Blues da Garantia (Herbert Vianna)
19 Sinto Muito (Herbert Vianna)
20 Derretendo Satélites (Herbert Vianna - Paula Toller)


Em 2013, a banda comemora 30 anos de carreira com uma turnê nacional em várias regiões do país, que também inspirou um documentário produzido pelo canal Bis, com depoimentos Dado Villa-Lobos, Thedy Corrêa, Rogério Flausino, José Fortes (Empresário), entre outros, além dos integrantes da banda.

Em agosto de 2014, em parceria com o canal Multishow e a gravadora Universal Music, a banda lança o álbum ao vivo Multishow ao Vivo Os Paralamas do Sucesso - 30 Anos, que registra em CD e DVD o espetáculo realizado durante a turnê de 30 anos no Citibank Hall, no Rio de Janeiro, no dia 26 de outubro de 2013 (que também havia sido transmitido ao vivo pelo canal à época).

2014 - 30 Anos - Multishow Ao Vivo
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01 Alagados (Herbert Viana - Bi Ribeiro - João Barone)
02 Patrulha Nova - Cinema Mudo - Ska (Herbert Vianna)
03 Mensagem de Amor (Herbert Vianna)
04 Cuide bem do seu Amor (Herbert Vianna)
05 Busca Vida (Herbert Vianna)
06 Saber Amar (Herbert Vianna) - Romance Ideal (Martim Cardoso - Herbert Vianna)
07 Quase um Segundo (Herbert Vianna)
08 Meu Erro (Herbert Vianna)
09 Óculos (Herbert Vianna)
10 Lanterna dos Afogados (Herbert Vianna)
11 Ela Disse Adeus (Herbert Vianna)
12 Melô Do Marinheiro (Bi Ribeiro - João Barone)
13 Uma Brasileira (Carlinhos Brown - Herbert Vianna)
14 O Beco (Bi Ribeiro - Herbert Vianna)
15 Lourinha Bombril (D.Blanco - Bahiano)
16 Aonde quer que Eu Vá (Herbert Vianna)
17 Caleidoscópio (Herbert Vianna)
18 Vital e sua Moto (Herbert Vianna) - Police Medley

Após 8 anos sem lançar um álbum de inéditas, Os Paralamas lançam Sinais do Sim, álbum com 11 músicas.

2017 - Sinais do Sim
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01 Sinais do Sim (Herbert Vianna, Bi Ribeiro e João Barone)
02 Itaquaquecetuba (Herbert Vianna, Bi Ribeiro e João Barone)
03 Medo do Medo (João Ruas e Capicua)
04 Não Posso Mais (Nando Reis)
05 Teu Olhar (Herbert Vianna, Bi Ribeiro e João Barone)
06 Contraste (Herbert Vianna, Bi Ribeiro e João Barone)
07 Ciando Pase El Temblor (Gustavo Cerati)
08 Corredor(Herbert Vianna, Bi Ribeiro e João Barone)
09 Blow The Wind (Herbert Vianna)
10 Olha A Gente Aí (Herbert Vianna, Bi Ribeiro e João Barone)
11 Sempre Assim (Herbert Vianna, Bi Ribeiro e João Barone)

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PS: lembrando que o blog é contra a pirataria e o link é apenas para as pessoas conhecerem e, se gostarem do que ouvirem, comprarem o original.