domingo, 22 de fevereiro de 2015

A Bolha


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Criada em 1965 pelos irmãos César e Renato Ladeira, filhos da atriz Renata Fronzi e do radialista César Ladeira, que tocavam guitarra solo e ritmo, respectivamente, juntamente com Ricardo no baixo e Ricardo Reis na bateria. A participação de Ricardo no baixo durou apenas algumas semanas devido a diferenças de visão sobre a banda. Lincoln Bittencourt foi recrutado para o baixo.

O próximo passo foi eletrificar a banda, todos investindo em guitarras elétricas, além do infalível órgão Farfisa. Junto com Renato e Seus Blue Caps, The Fevers, The Clevers e outros daquele período, The Bubbles tornam-se uma boa e respeitável banda de baile, atuando em clubes sociais e festas escolares. Com um repertório típico dos conjuntos de baile da época, oferecem horas de agito nos sábados com fartas dosagens de Rolling Stones, Beatles, no melhor estilo Iê- Iê- Iê.

Após um tempo são convidados pela gravadora Musidisc a registrar um compacto simples com duas versões de músicas de sucesso: Não Vou Cortar o Cabelo, versão de "Break It All" da banda uruguaia Los Shakers, no lado A e Por Que Sou Tão Feio, versão do hit "Get Off Of My Cloud" dos Rolling Stones, no lado B. O convite se deu nos bastidores da gravação de um programa de tv e o compacto que se seguiu não fez muito sucesso devido a falta de divulgação por parte da gravadora e da banda.
Mas a popularidade do grupo vai crescendo, assim como a habilidade do conjunto de imitar com mais afinco, a sonoridade de suas bandas prediletas. Essencialmente uma banda de zona sul, passam rapidamente a cobrir e ser aceitos também na zona norte e subúrbios. O repertório passa a ficar cada vez mais diversificado, mudando conforme os tempos. 

Em 1968, são convidados por seu amigo Márcio Greyck para serem a banda de apoio na gravação de um álbum. O álbum é lançado em agosto de 1968 e abre portas para a banda, gerando o interesse da PolyGram em lançar um compacto com versões de duas canções dos Beatles extraídas do álbum branco, Ob-La-Di, Ob-La-Da e Honey Pie. Esse compacto, assim como outros gravados entre 1966 e 1969 para as gravadoras Musidisc e PolyGram, não foi lançado na época, vindo a luz apenas em 2010 através de uma coletânea lançada no mercado europeu pela Groovie Records.Nesse mesmo ano, o irmão mais velho Cesar Ladeira deixa The Bubbles para se dedicar aos estudos. Acabaria se formando e seguindo uma vida próspera trabalhando na Bolsa de Valores. Em seu lugar veio Pedro Lima, um guitarrista com um gosto por rock mais pesado. Não demoraria para Lincoln Bittencourt também deixar o grupo, sendo substituído então por Arnaldo Brandão de dezoito anos, que tocava na banda The Divers.
Com a nova formação, The Bubbles se transformava em um conjunto bem mais pesado. Seu repertório passava a incluir Cream, Hendrix, e mais tarde Grand Funk e Black Sabbath. Ainda basicamente um conjunto de baile, e portanto limitados a tocar conforme a exigência do mercado, foram cada vez se apresentando menos na zona sul e se concentrando mais na zona norte e subúrbio do Rio de Janeiro. Por saber identificar com perfeição as necessidades de seu público, que é essencialmente manter um pique de agito para a galera poder dançar apesar de todas as suas frustrações da semana, The Bubbles rapidamente passou a ser identificado como uma das melhores e mais respeitadas bandas de baile da cidade.
De uma banda capaz de atrair facilmente cerca de trezentos a quatrocentas pessoas em apresentações em colégios, para atrair quinhentas a mil e quinhentas pessoas em bailes, The Bubbles já atraem por volta de cinco mil pessoas em apresentações nos fins de semana.

Em 1970, são contratados como banda da cantora Gal Costa, em show dirigido por Jards Macalé e Hélio Oiticica. Este sucesso renderia um convite para que Pedro, Arnaldo e Renato acompanhassem Gal em apresentações ao vivo e aparições na tv em Portugal, como o programa de Raúl Solnado gravado no teatro Monumental de Lisboa. Depois da apresentação os três foram visitar Caetano e Gil na Inglaterra durante o período de exílio dos dois baianos. Enquanto lá, assistem o festival na Ilha de Wight, serie de apresentações que teve grande impacto sobre a banda e influência na música que passarão a fazer dali em diante. Ao retornar para o Brasil, mudam a referência musical da banda passando a ser mais voltado ao blues-rock pesado. Começam também a compor seu próprio material. Pouco depois, mudam de nome e passam a se chamar A Bolha.

O primeiro show do A Bolha foi em Niterói para um público de quinhentas pessoas. Tudo em relação à banda pegou todos no baile de surpresa. A diretoria do clube promoveu a noitada como The Bubbles direto de Ilha de Wight, ignorando completamente a informação dada com antecedência de que a banda havia mudado de nome. E durante o show, tocando apenas o repertório novo, que por sinal eram composições novas que ninguém conhecia. O resultado foi desastroso com um período de vaias seguidos por abandono do salão.

O sucesso financeiro encontrado através dos bailes fez com que seus integrantes fossem acostumados a um certo nível de conforto. Compraram no passado móveis e imóveis, e prestações precisavam ser pagas. Uma realidade de mercado obrigou a banda a rever suas concepções iniciais. Procuram um meio termo montando um repertório híbrido e banindo várias das canções novas do grupo em palco. Ao mesmo tempo, procuravam aproveitar os ensaios para os aperfeiçoar cada vez mais.
O primeiro grande teste para o novo repertório foi a participação da banda no Festival de Verão de Guarapari, em fevereiro de 1971. A apresentação deles, assim como todo o festival, foi recheada de problemas. A mesa de som foi instalada atrás do palco, houve problemas com o governo militar da época e a banda enfrentou problemas com os técnicos de som que desligavam o som toda vez que Renato Ladeira girava o microfone imitando o Roger Daltrey do Who.
Com a fama adquirida no show com Gal Costa e também no festival, são chamados por um produtor da CBS pra tocar no novo LP de Leno. Este produtor era ninguém menos do que Raul Seixas que trabalhava na gravadora nesta época. Eles foram a banda da gravação do álbum Vida e Obra de Johnny McCartney, que teve várias faixas censuradas pelo governo militar, acabando sendo lançado na época apenas um compacto duplo com 4 faixas.
Surge então a oportunidade das primeiras sessões de gravação profissionais, lançam assim em 1971, um compacto simples pela gravadora Top Tape com as músicas, “Sem Nada”/“Dezoito e Trinta.” A falta de repercussão com o trabalho somados a perda gradativa de seu público maior causam incertezas entre integrantes quanto à validade ideológica encontrada em power-chord blues e rock pauleira. A terceria formação de A Bolha seria montado então em 1972, pois no final de 1971, foi a vez de Ricardo Bittencourt deixar o grupo. Com um show importante marcado no Clube Monte Libano, A Bolha servindo como banda de apoio para Sergio Mendes, Ricardo foi substituído inicialmente por Johnny. No entanto, o pai de Johnny não permitiu a seu filho se envolver seriamente com rock e o obrigou a deixar o conjunto e se dedicar mais aos estudos. Com calma e mais tempo para procurar alguém à altura da seriedade que a banda precisava, encontram Gustavo Shroeter.

A persistência do grupo em investir no próprio som e na própria imagem é paga quando conseguem um contrato com a gravadora Continental para o que se torna o álbum de estreia da banda. Entitulado Um Passo à Frente, o disco se propõe a ser exatamente isto. Lançado em 1973, o disco oferece sete faixas, todas composições próprias.

1973 - Um Passo à Frente
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01 Um Passo à Frente (Pedro Lima, Renato, Gustavo, Lincoln Bittencourt)
02 A Esfera (Pedro Lima)
03 Epitáfio (Pedro Lima, Renato, Gustavo, Lincoln Bittencourt)
04 Bye My Friend (Pedro Lima)
05 Tempos Constantes (Pedro Lima)
06 Neste Rock Forever (Pedro Lima, Carlos Maciel, Wolf)
07 Razão De Existir (Pedro Lima)
08 Sem Nada (Pedro Lima)
09 18.30 - Parte 1 (Geraldo Carneiro, Eduardo Souto Neto) / Os Hemadecons Cantavam Em Coro (Geraldo Carneiro, Eduardo Souto Neto)


Considerada por muitos como a melhor fase do grupo, infelizmente esta formação dura apenas por um ano. A Bolha vê 1974 chegar tendo que montar uma nova cozinha. Arnaldo ao deixar a banda, passa a acompanhar Raul Seixas e depois Jorge Mautner, já como membro da banda Bomba Atômica. Gustavo deixaria o grupo para se juntar à nova encarnação do Veludo, antigo Veludo Elétrico. Já na nova encarnação de A Bolha, no baixo retorna Lincoln Bittencourt, enquanto na bateria chega o novato Léo Cesar. Para que Renato possa cuidar exclusivamente dos teclados, Marcelo Sussekind adere à trupe transformada agora e pela primeira vez em um quinteto.
Em 1976, Sérgio Herval assume a bateria no lugar de Léo e a banda se prepara para gravar o seu segundo álbum, agora pela gravadora Polydor. Este, ao contrário do anterior, apresenta várias versões de composições conhecidas, velhos roques da Jovem Guarda, além das composições da banda. Um reflexo desta direção está no nome É Proibido Fumar, titulo de um rock clássico de Roberto e Erasmo.

1977 - É Proibido Fumar
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01 Deixe Tudo de Lado (Nixon - A Bolha)
02 Difícil É Ser Fiel (A Bolha - Edil)
03 É Proibido Fumar (Erasmo Carlos - Roberto Carlos)
04 Estações (Renato Ladeira)
05 Sai do Ar (Massadas - A Bolha)
06 Consideração (Erasmo Carlos - Roberto Carlos)
07 Torta de Maçã (Massadas - A Bolha)
08 Luzes da Cidade (Ramos - Márcio)
09 Clímax (Jean Pierre - A Bolha)
10 Vem Quente Que Eu Estou Fervendo (Carlos Imperial - Eduardo Araújo)
11 Talão de Cheque (Massadas - A Bolha)


No mesmo ano, todos os integrantes de A Bolha menos Renato Ladeira, se associam ao Erasmo Carlos, para a faixa “A Terceira Força” (Erasmo Carlos - Roberto Carlos) do próximo álbum de sua carreira, “Pelas Esquinas de Ipanema” lançado também pela Polydor em 1978.

Nesse mesmo ano a banda encerra as atividades. Com quatorze anos de existência e dois discos de pouca vendagem, tornam-se um exemplo clássico de como era difícil sobreviver fazendo rock na era pré Rock ‘n’ Rio. Quase todos os seus integrantes tiveram carreiras significativas no meio da música, muitos conhecendo sucesso nacional em outras bandas:
Renato Ladeira - Herva Doce
Pedro Lima - Herva Doce
Marcelo Sussekind - Herva Doce, produtor
Sérgio Herval - Roupa Nova
Arnaldo Brandão - Doces Bárbaros, Outra Banda da Terra, Brylho da Cidade e Hanoi Hanoi
Gustavo Shroeter – Veludo, Porque Sim e A Cor do Som

Em 2004, o diretor José Emílio Rondeau convidou Renato Ladeira para ser diretor artístico do seu novo filme, 1972. Renato mostrou algumas músicas que haviam sido censuradas no início dos anos 70 e o diretor se interessou, então ele chamou seus velhos companheiros de banda, Arnaldo, Pedro e Gustavo para gravarem aquelas músicas para o filme. Da reunião acabou surgindo a vontade de gravar um novo disco com aquele material e mais alguns covers, gerando o álbum É Só Curtir, de 2006, pela gravadora Som Livre.

2006 - É Só Curtir
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01 É só curtir (Pedro Lima, Arnaldo Brandão)
02 Não Sei (Arnaldo Brandão)
03 Cinema Olimpia (Caetano Veloso)
04 Sem nada (Pedro Lima)
05 Sub Entendido (Arnaldo Brandão)
06 Não Pare na pista (Raul Seixas, Paulo Coelho)
07 Matermateria (Pedro Lima, Antonio Claudio Carvalho)
08 Cecilia (Arnaldo Brandão)
09 Você me acende (Ian Whitcomb / Versão: Erasmo Carlos)
10 Rosas (Arnaldo Brandão)
11 Desligaram os meus controles (Arnaldo Brandão)



 Renato Ladeira    

 Pedro Lima          

 Arnaldo Brandão  

 Gustavo Schroeter


Em 2010, saiu em CD uma coletânea que reunia os primeiros singles lançados pela banda, ainda sob o nome de The Bubbles. 

2010 - Raw and Unrealeased
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01 Não Vou Cortar o Cabelo
02 Porque Sou Tão Feio
03 Trabalhar
04 Ob-la-di, Ob-la-da
05 Honey Pie
06 Get Out Of My Land
07 The Space Flying Horse and Me
08 Não Vou Cortar o Cabelo
09 Porque Sou Tão Feio
10 Trabalhar
11 Sem Nada
12 Os Hermadecons Cantavam em Coro Chooo
* não possuo os nomes dos compositores, assim que possível colocarei aqui.

No dia 12/08/2015, Renato Ladeira falece após parada cardiorespiratória.

No final de 2018, a banda lança o álbum ao vivo, que traz a gravação feita em 1971 em Guarapari.

2018 - Ao Vivo
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01 Apresentação
02 Rosas - interrompida (Arnaldo Brandão)
03 Rosas - versão 2 (Arnaldo Brandão)
04 Rosas - reprise (Arnaldo Brandão)
05 Sem Nada (Pedro Lima)
06 Não Sei (Arnaldo Brandão)
07 Não Sei - reprise (Arnaldo Brandão)
08 Irmãos Alfa (Pedro Lima)
09 Cecília (Arnaldo Brandão)
10 Matermatéria (Pedro Lima e Antonio Cláudio Carvalho)
11 Sub Entendido - versão 1 (Arnaldo Brandão)
12 Sub Entendido - versão 2 (Arnaldo Brandão)
13 Su Entendido - reprise (Arnaldo Brandão)




PS: lembrando que o blog é contra a pirataria e o link é apenas para as pessoas conhecerem e, se gostarem do que ouvirem, comprarem o original.


segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Tellah

Formada em 1974, em Brasília, com um rock inspirado no Deep Purple, o Tellah era formado por Cláudio Felício (guitarras), José Veríssimo da Silva (baixo) e Felipe Guedes (bateria). Expandindo seus interesses artísticos, esta formação compôs trilha-sonora para uma peça de teatro chamada “O Cavalo de Guerra”.

Em meados de 1978, a banda mudou seu line-up, permanecendo, da formação original, apenas Cláudio Felício. Entraram para o grupo Denis Torre (bateria) e Marcone Barros (baixo e violino). Ambos tocavam sintetizador, também. Com essa reformulação do Tellah, a banda decidiu mudar um pouco o estilo passando a ter mais tendências progressivas.
O uso extensivo de sinterizadores e órgãos por Marconi Barros e a precisão de Torre na manipulação de padrões complexos de ritmo deram uma nova cara ao Tellah, mostrando o lado virtuoso da banda. 

Por 6 anos, a banda tocou em vários locais de diversas cidades, por todo o Brasil. Em algumas ocasiões, chegaram a abrir shows para bandas como O Terço, Joelho de Porco e Os Mutantes. 

Entre abril e agosto de 1980, em um estúdio no Rio de Janeiro, a banda conclui as gravações do álbum Continente Perdido, com 8 faixas.


1980 - Continente Perdido

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01 Renascença (Cláudio Felício)
02 Magma (Cláudio Felício, Denis Torre, Felipe Guedes e Marcone Barros)
03 Segmento (Cláudio Felício, Denis Torre e Marcone Barros)
04 Continente Perdido 
(Cláudio Felício, Denis Torre, Felipe Guedes e Marcus Antonio de Souza)
05 Perola (Cláudio Felício, Denis Torre e Marcone Barros)
06 Feixe De Luz (Cláudio Felício, Denis Torre e Felipe Guedes)
07 Triângulo 
(Denis Torre, Cláudio Felício e José Veríssimo da Silva)
08 Cruzeiro Do Sul (José Veríssimo da Silva)
09 Tributo Ao Sorriso (Jorge Amiden e Sérgio Hinds)
10 Melhor Voar (Jorge Amiden e Zé Rodrix)
11 Caçador De Mim (Sá e Magrão)
12 Visitante (Cláudio Felício, Denis Torre e Marcone Barros)

Formação: Cláudio Felício - guitarra base, guitarra solo, efeitos e vocal / Denis Torre - bateria, percussão, violão de 12 cordas, sintetizador e voz / Marcone Barros - baixo, string's, violão de 6 cordas, sintetizador e vocal.

Qualquer roqueiro que viveu em Brasília em 1980 e fosse um pouco ligado à cena musical da cidade se surpreendeu com o lançamento do álbum Continente Perdido. O álbum, hoje uma raridade disputada a tapa em sebos de disco, jamais fez o sucesso que merecia, de acordo com parte da crítica especializada, sequer foi notado pelo então incipiente mercado fonográfico de rock brasileiro. 
A banda encerrou suas atividades três meses após o lançamento do disco

A verdade é que a própria banda não tinha maiores pretensões quando lançou o LP. Isso pode ser percebido pela prensagem do disco: precárias 1.000 cópias. A baixa tiragem, considerada irrisória hoje mesmo para uma banda de garagem, foi o bastante para manter vivo o mito em torno da banda.

Em 1984, o grupo se reuniu para uma única apresentação, realizada a convite de um shopping de Brasília, onde executaram todo o repertório do disco e incluíram algumas surpresas, como Caçador de Mim, de Sérgio Magrão, do grupo mineiro 14 Bis e Visitante, de Jorge Amiden. As duas canções foram relançadas no CD, que saiu nos anos 90 e ganhou o reconhecimento entre os roqueiros da Europa e do Japão.

O responsável pelo relançamento em CD daquela, que é hoje considerada uma obra-prima do progressivo brasileiro, e não deixa nada a deseja a de muitas bandas internacionais famosas, foi o empresário Márcio de Melo. Dono de uma loja especializada em rock progressivo em São Paulo, a Progressive Rock Worldwide, Melo teve acesso ao original em vinil quando fazia intercâmbio de outras raridades do gênero com aficcionados.

Entusiasmado com a (re)descoberta do disco, ainda em 1992 o empresário – também produtor – tentou motivar Dênis, Marco e Cláudio a retomar a banda e a lenda em torno da banda, sugerindo inclusive uma agenda de shows no exterior. A boa vontade, entretanto, esbarrou nos próprios integrantes. "Não há a menor possibilidade disso acontecer", descartou Dênis, que ainda trabalha com música, mas fora das luzes dos palcos, ele hoje é empresário em Brasília, trabalhando com a montagem de palco e fornecimento de equipamento profissional para a realização de shows. Foi sua empresa – a Instrumental Produções Musicais – que montou, por exemplo, o som para o histórico show da Legião Urbana no Estádio Mané Garrincha, na fatídica noite de 11 de julho de 1988. O sócio de Dênis na empresa é o baixista Marcone, que também largou definitivamente o instrumento.

Já o guitarrista Cláudio Felício, que até o início dos anos 90 ainda mantinha outra banda na ativa, a Beta Pictoris, também leva hoje uma vida longe dos palcos. Ele é fazendeiro em Formosa, município de Goiás distante cerca de 100 quilômetros de Brasília, mas volta e meia apresenta-se ao lado de amigos músicos da cidade, dando canjas na noite apenas por prazer.


PS: lembrando que o blog é contra a pirataria e o link é apenas para as pessoas conhecerem e, se gostarem do que ouvirem, comprarem o original.